Palavras Consoladoras
1Tessalonicensses 4.18: “Portanto, consolai-vos uns aos outros com estas palavras.”
A preocupação do Apóstolo Paulo com a igreja em Tessalônica tinha fundamentos, porque havia no meio alguns que queriam abafar a esperança principal da Igreja e da promessa de Jesus, o ARREBATAMENTO. Este versículo é um apelo consolador e tranquilizador feito pelo Apóstolo à igreja de Tessalônica que vivia momentos aflitivos por ter sido semeada a dúvida se Jesus já tinha voltado e eles tinham ficado no arrebatamento. O Apóstolo, como um pai amoroso e dirigido pelo Espírito Santo começa a orientar aqueles crentes de como proceder em meio a um ambiente incrédulo e desprovido do santo temor a Deus.
A primeira palavra consoladora (4.1) é que Paulo quando escreve essa carta faz questão de falar que está sendo orientado “no Senhor Jesus” de como aqueles irmãos deveriam andar e agradar a Deus para que houvesse um progresso em suas vidas espirituais e de comunhão com Deus. Paulo frisa que tais conselhos são mandamentos por ele recebidos da parte do Senhor Jesus e transmitidos à Igreja (4.2). Todo pastor precisa dessa qualificação espiritual, de ser dirigido pelo Espírito Santo a fim de que possa também consolar a igreja nos momentos de aflição, dúvidas, apostasia ou qualquer outro tipo de problema que possa vir a tirar a paz do meio do povo de Deus.
Como todo bom pastor que tem o cuidado das ovelhas Paulo começa a escrever sobre vontade de Deus para todo servo de Jesus, “...a vossa santificação” (4.3). Talvez tendo em mente o que o Apóstolo Pedro escreveu em sua primeira carta, capítulo 1, versículos 14-16, “como filhos obedientes, não vos conformando com as concupiscências que antes havia em vossa ignorância; Mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver; Porquanto está escrito: Sede santos, porque eu sou santo.”, o Pastor Paulo aqui expressa sua segunda palavra consoladora dizendo que a santidade do povo expressa a verdadeira imagem do Deus Santo. A santidade é um dos pré-requisitos para que possamos ver um dia Deus face a face, pois em Hebreus 12.14 está escrito “segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor”. A santificação (separação de tudo que faz parte do sistema mundano) do crente traz conforto e certeza de que não seremos esquecidos por aquele que nos chamou. A Santificação traz consolo porque estamos na luz, como diz 1Jo 1.7: “Mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo o pecado.”, ou seja, estando purificados de toda iniquidade e pecado podemos nos consolar a respeito de nossa salvação e a certeza de que na volta do Senhor Jesus não seremos deixados para trás. Quando escreve essas palavras Paulo enfatiza que todo crente é um vaso escolhido por Deus e sua preocupação é que “...vos abstenhais da prostituição” (1Tes 4.3) e que “...cada um de vós saiba possuir o seu vaso em santificação e honra” (4.4), e faz questão de diferenciar o crente do gentio (4.5) que anda na paixão da concupiscência e que não conhecem a Deus. A nossa santidade nos consola e nos dá esperança. Seja santo.
Como toda a Bíblia trata do relacionamento de Deus com o homem e do homem com o próximo, Paulo então adverte aquela igreja que estar preparado para a volta de Jesus é também estar em paz com o irmão, com o próximo, em todos os tipos de relacionamentos sociais, inclusive nos negócios e afazeres do dia-a-dia, então em sua terceira palavra consoladora a advertência do Pastor é: “Ninguém oprima ou engane a seu irmão em negócio algum, porque o SENHOR é vingador de todas estas coisas, como também antes vo-lo dissemos e testificamos” (4.6). e ainda: “E procureis viver quietos, e tratar dos vossos próprios negócios, e trabalhar com vossas próprias mãos, como já vo-lo temos mandado” (4.11), demonstrando que o crente tem que estar preparado em todas as esferas de sua vida nesta terra, inclusive andando “honestamente para com os que estão de fora, e não necessiteis de coisa alguma” (4.12), para que possa ser um testemunho vivo e fiel do Senhor Jesus. No mundo pós-moderno vivemos um grande desafio de ser honesto, confiável, fiel e acima de tudo ter um bom testemunho para aqueles que ainda não são servos de Deus, bem como para a Igreja hodierna. Num período em que o Evangelho está sendo banalizado e os símbolos cristãos estão sendo vituperados por grupos contrários aos ditames de Deus, além de vivermos em meio a falsos obreiros, falsos profetas e lobos devoradores que têm enganado a muitos com falsas palavras e fazendo promessas somente desta vida, não se preocupando com a vida espiritual da Igreja nem com a situação relacional do crente com Deus e com o próximo, precisamos viver este conselho de Deus através de Paulo e guardar em nossos corações estas palavras consoladoras na certeza de que fiel é o que nos chamou.
A quarta palavra consoladora em que temos que nos firmar é que “se cremos que Jesus morreu e ressuscitou” (4.14), devemos viver em constante alegria – independente das circunstâncias adversas surgidas – pois temos conhecimento e vivência com o Senhor ressurreto, Jesus, e, por isso, nos orienta o Pastor Paulo (4.13): “Não quero, porém, irmãos, que sejais ignorantes acerca dos que já dormem, para que não vos entristeçais, como os demais, que não têm esperança”. Muitos irmãos da igreja de Tessalônica andavam em desesperança e tristeza pelo fato de terem sido “avisados” de que Jesus já havia voltado. Quantos também nos dias atuais vivem em desespero por causa de uma situação de relacionamento que, parece, nunca muda, nunca há alegria e se há, somente por um pouco tempo, outros vivem em tristeza por não ter a certeza de que Deus está ouvindo suas orações. Muitas esperanças tem sido perdidas por servos fiéis e que têm aguardado uma solução para seus problemas e não há quem possa solucionar. Deus nestas palavras está falando com sua vida. Console-se com estas palavras.
A quinta palavra consoladora é que todas as coisas aflitivas desta vida um dia terão fim. Jesus nos fala: “Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo” (Jo 16.33). Esse pequeno período de tempo que passamos na terra e as presentes tribulações desta vida não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada. A Carta aos Hebreus nos fala que ainda um poucochinho de tempo aquele que há de vir virá e não tardará. Quando as lutas desta vida estiverem sobrepujando nossa alegria e nossa esperança, lembremos-nos da promessa do Deus a quem servimos, pois Ele não se esquece de seus filhos. Ele prometeu e Paulo escreve: “Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor.” (4.16-17). Neste dia viva momentos felizes e de paz com sua família, com seus filhos, com seus irmãos, com seus cônjuges. E tudo que for possível faça para que também outros venham a conhecer ao Senhor Jesus e sejam consolados com estas palavras. Que o Senhor Jesus Cristo abençoe sua casa e concretize seus sonhos e, “Portanto, consolai-vos uns aos outros com estas palavras.” (1Tes 4.18).
Pastor Souza – Ministro do Evangelho
Assembléia de Deus – Ministério Missão
Jardim América – Goiânia/GO.
