A ESCOLHA DE DEUS
(Jeremias 1.5) “Antes que eu te formasse no ventre, eu te conheci; e, antes que saísses da madre, te santifiquei e às nações te dei por profeta”.
A SOBERANIA DE DEUS
Um dos aspectos da natureza divina, ou melhor, um dos atributos inerentes somente à Pessoa de Deus se chama presciência, conhecer de antemão todos fatos a serem desenrolados pela história da humanidade. Nenhuma criatura tem essa capacidade de conhecer as coisas que ainda não aconteceram senão pela revelação de Deus ou da sua Palavra.
Através desse atributo divino e do conhecimento da sua Palavra entendemos como Deus é soberano em suas decisões e escolhas.
Mas tudo isso tem um objetivo, um propósito, estabelecido pelo próprio Deus, Jeová. E esse propósito vai ser cumprido independente da vontade da humanidade.
Como primeiro propósito de Deus temos a chamada de um povo santo, um povo voltado para Deus. Desde o princípio, após a queda do homem, Deus criou circunstâncias para que a humanidade caída pudesse ter novamente acesso à sua presença gloriosa e, para isso, escolheu homens e mulheres que eram com seus corações voltados para buscar a Deus.
Através da instrumentalidade de sua Palavra o Criador se fez conhecer ao homem para que este pudesse novamente voltar a ser inserido no projeto original, de fazer do homem um instrumento de justiça, que só poderia ser obtido se estivesse na plena obediência aos mandamentos divino.
A CHAMADA
Temos como exemplo a chamada do Profeta Jeremias, “antes que te formasse no ventre”, antes de ser concebido ou mesmo antes de seus pais terem projetado sua concepção, Deus havia feito, na eternidade, uma chamada para aquele que viria a ser um instrumento de justiça para a Nação de Israel.
A VOCAÇÃO
Jeremias não tinha em si mesmo a vocação para aquela chamada, como ele mesmo declarou: “Ah! Senhor JEOVÁ! Eis que não sei falar; porque sou uma criança.”. Todo homem diante da escolha soberana do Todo-Poderoso também se sentiria como Jeremias. Afinal o Altíssimo lhe determinou uma tarefa nada fácil, ser profeta não só à sua nação, mas às nações. Num período de mudanças na política, no governo mundial por reinos poderosos, a Assíria estava entrando em declinio, assim como o Egito e entrava no cenário mundial a emergente Babilônia, além das mazelas que corroíam a nação de Israel que caíra paulatinamente na corrupção entre seus lideres, sacerdotes e profetas. A injustiça grassava a nação, violência, adultério entre o povo santo, corrupção de reis, além do povo estar oferecendo sacrifícios a outros deuses, a imagens de escultura trazidos de outras nações.
Jeremias teria que enfrentar toda essa situação e se levantar como um atalaia, como um arauto, como a voz de Deus naquele contexto anárquico que se lhe apresentava.
Para que Jeremias pudesse dar cabo daquela missão que lhe fora confiada era necessário uma capacitação especial que o mesmo não possuía, porque em sua fragilidade como ser humano seria praticamente impossível se levantar no meio da nação para levar a Palavra de Deus a Reis, Sacerdotes, Profetas e a todo o povo que se encontravam corrompidos em seus pensamentos e atitudes. Era necessário a intervenção do próprio Deus na vida do profeta.
A CONSAGRAÇÃO
Então Deus lança por terra toda argumentação humana de Jeremias e lhe conforta com as seguintes palavras: “antes que saísses da madre, te SANTIFIQUEI”. Deus estava dizendo para Jeremias “Eu consagrei a tua vida, te separei para meu uso particular, antes do teu nascimento”. Nem mesmo Jeremias sabia daquela maravilhosa escolha de Deus para sua vida. Talvez vivesse sua vida cotidiana apenas aprendendo os ensinamentos da Torá, pois Jeremias era da linhagem do sacerdote Hilquias – que fora expulso por Salomão para a cidade de Anatote – e nunca imaginaria que não seria levantado como sacerdote para seu povo, mas como profeta às nações, inclusive a sua.
Como é maravilhoso os planos de Deus para os homens, as vezes pensamos uma coisa e Deus nos direciona para outras. Quantas vezes pensei em ter a profissão de torneiro mecânico, mas Deus me direcionou para uma profissão onde Ele pudesse nos levar em outros Estados para anunciar a sua Palavra.
A UNÇÃO
Talvez Jeremias pudesse argumentar como o Soberano Deus: “tudo bem! O Senhor me chamou, me fez ver que posso ter uma vocação e me consagrou para ser usado para cumprir teus desígnios. Mas como vou falar a esse povo? De que maneira vou transmitir tua Palavra e como eles vão acreditar que tu me enviaste?”. Esse seria o questionamento de qualquer ser humano que recebesse de Deus uma incumbência de falar a presidentes, pastores, profetas, e todo povo corrompido pelo sistema atual que vivemos. Nenhum homem teria coragem de confrontar senão por uma capacidade especial da parte de Deus. E foi isso que o senhor Deus fez com Jeremias. Deus não somente prometeu estar com ele: “Não temas diante deles, porque eu sou contigo para te livrar, diz o Senhor.” (Jr. 1.8) mas também o comissionou derramando uma unção especial, um toque especial: “E estendeu o Senhor a mão, tocou-me na boca e disse-me o Senhor: Eis que ponho as minhas palavras na tua boca” (Jr. 1.9)
A MISSÃO
Deus requer um seu representante sempre que os níveis de injustiça, corrupção, idolatrias, depravação e apostasia atingem uma nação. Um representante dAquele que tem todo o poder, mas que quer que suas criaturas se voltem amorosamente para Ele, pois tem um tempo determinado em que há de julgar cada ser humano segundo as suas obras, mas há de dar descanso e gozo a todo aquele que ouviu, deu crédito, guardou e obedeceu à sua Palavra.
Deus, ao escolher Jeremias, disse: “porque, aonde quer que eu te enviar, irás”.
Todo homem veio ao mundo com uma missão: ser um executivo, um soldado, um médico, etc. Mas assim também todo homem tem que saber que Deus tem uma missão em sua vida, não uma missão secular, mas uma missão espiritual, uma chamada especial da parte de Deus, uma chamada para a vida eterna, um representante de Deus na terra, um instrumento de justiça. Alguém que esteja disposto a ir aonde Deus mandar.
A MENSAGEM
Todo aquele que representa alguém, fala da parte daquele a quem representa. As palavras do representante tem que ser a mesma palavra de quem o comissionou para ser a sua voz, sem omitir ou acrescentar nada mais. Tem que ser fiel à missão que lhe foi confiada.
Deus falou para Jeremias que deveria ser fiel à mensagem que lhe fora confiada e lhe ordenou: “tudo quanto te mandar dirás.” (Jr. 1.7b) porque “ponho as minhas palavras na tua boca.” (Jr. 1.9)
Talvez assim como Jeremias, você também tem uma chamada especial da parte de Deus e não se sente capacitado para cumprir com essa árdua missão, mas Deus fala contigo neste momento dizendo: “não temas, eu te escolhi, te vocacionei, te santifiquei, te ungi, então fala a minha Palavra que eu ponho em tua boca”. Deus quer te usar no meio de uma geração corrompida e perversa.
Pr. Raimundo SOUZA
Ministro do Evangelho
Assembléia de Deus – Ministério Missão - Goiânia