NEPOTISMO NA IGREJA - do mundo para a Igreja
“E o que de minha parte ouviste através de muitas testemunhas, confie-as a homens fiéis que sejam também capazes de ensinar” (2Tm 2.2)
O Século XXI chegou com muitas inovações tecnológicas, descobertas científicas na medicina, na astronomia, mas também com muitas práticas seculares que tem adentrado nos diversos segmentos religiosos evangélicos. Uma das práticas seculares que muitos pastores têm copiado é o NEPOTISMO. Mas o que é o Nepotismo? O dicionário nos diz que NEPOTISMO, substantivo masculino, é a 1. autoridade exercida pelos sobrinhos ou demais parentes do papa na administração eclesiástica. 2. favoritismo para com parentes, esp. pelo poder público. 3. p.ext. preferência por; favoritismo, proteção. Nepotismo é um termo utilizado para designar o favorecimento de parentes ou amigos próximos em detrimento de pessoas mais qualificadas, geralmente no que diz respeito à nomeação ou elevação de cargos públicos e políticos. Etimologicamente, este termo se originou a partir do latim nepos, que significa literalmente “neto” ou “descendente”. Originalmente, a palavra era usada exclusivamente no âmbito das relações do papa com seus parentes. Por esse motivo, o dicionário Houaiss identifica um nepote como "sobrinho do sumo pontífice" ou "conselheiro papal". Atualmente, este termo é utilizado como sinônimo da concessão de privilégios ou cargos a parentes no funcionalismo público. Nepotismo é diferente de favoritismo, pois o favoritismo não implica em relações familiares com o favorecido. Nepotismo ocorre quando um funcionário é promovido por ter relações de parentesco ou vínculos com aquele que o promove, mesmo que hajam pessoas mais qualificadas e mais merecedoras para o cargo. E na Igreja? Isso pode acontecer? Infelizmente essa prática tem se tornado comum dentro de diversas igrejas evangélicas no Brasil. Mas essa prática não se coaduna com a Palavra de Deus, pois a Igreja pertence a Jesus Cristo, que a comprou com seu sangue e entregou-se à morte por ela.
Paulo quando escreve sua segunda carta a Timóteo, orienta no Capítulo 2: “1. Portanto, você, meu filho, fortifique-se na graça que há em Cristo Jesus. 2. E as palavras que me ouviu dizer na presença de muitas testemunhas, confie-as a homens fiéis que sejam também capazes de ensinar outros.” Como uma grande maioria das denominações – não todas – preocupa-se apenas com quantidade de membros e não com a qualidade medida pela Palavra de Deus, assim como com o montante de valores que entram na tesouraria da Igreja, há uma indiferença quanto aos padrões bíblicos estabelecidos para a liderança da Igreja.
Hoje muitos pastores presidentes de denominações, com o intuito de privilegiar parentes ou amigos mais próximos, os empossam em cargos importantes de condução da obra de Deus sem se preocupar se referidos ministros são ou não experimentados nos trabalhos ou possuem qualificações necessárias para assumir tal cargo.
Ministros antigos, experimentados, qualificados, são colocados “de lado” em razão do parentesco, mesmo que isso venha contrariar uma grande maioria. São “os donos da obra”, e se alguém o questiona ou o contraria, procura uma maneira de afastar aquele irmão que o “atrapalha”. Temos visto muitas dessas atitudes a manchar ministérios inteiros, sempre no final trazendo problemas para os membros da referida denominação, porque uma vez que são “preferidos” os parentes – mesmo sem experiência alguma ministerial – logo se sentem melhores que todos, com suas arrogâncias e jactâncias por serem parentes do “presidente” e, por fim, tentam assumir o controle total, causando, sempre, divisões no meio do rebanho do Senhor.
Todo pastor deveria sempre ter uma dependência total da direção do Espírito Santo, a exemplo do que aconteceu na Igreja de Atos 13: “1. Na igreja de Antioquia havia profetas e mestres: Barnabé, Simeão, chamado Níger, Lúcio de Cirene, Manaém, que fora criado com Herodes, o tetrarca, e Saulo. 2. Enquanto adoravam o Senhor e jejuavam, disse o Espírito Santo: “Separem-me Barnabé e Saulo para a obra a que os tenho chamado”.” Aqueles homens foram separados porque foi a vontade do Espírito Santo para a obra do ministério. Não havia favoritismo, mas somente a vontade de Deus, que conhece a necessidade de sua obra.
Vejam bem o que diz o versículo: “Enquanto adoravam o Senhor”. Toda escolha de ministros era resultado primeiro da Adoração ao Senhor. Uma atitude de consagração, devoção e reverência ao Senhor Jesus, o dono da Igreja. Outra atitude: “e jejuavam”. O jejum fazia parte da igreja primitiva como uma maneira de sacrificar a carne para que o homem interior pudesse ter mais comunhão com o Espírito Santo e assim pudesse sentir e ter a direção certa na condução da obra do Senhor. No momento da adoração e do jejum houve manifestação do Espírito Santo, o qual falou: “separai-me”, ou seja, “separem para mim” e “para a obra a que os tenho chamado” (v.2). Notem que o Espírito Santo ordenou que fossem separados, por ele e para ele, para a obra que ele os tinha chamado. Não houve favoritismo por parentes ou amigos, mas foi a escolha soberana do próprio Deus para o Santo Ministério.
E, por fim, para confirmar a chamada, a liderança “Então, depois que jejuaram, oraram e lhes impuseram as mãos, os despediram.” (v.3). A imposição das mãos só foi feita após a escolha feita pelo Espírito Santo.
Hoje estamos “vendidos” a decisões de Presidentes arrogantes, que não titubeiam quando da escolha de seus privilegiados assessores, e colocam em cargo de grandes responsabilidades a parentes sem nenhuma experiência ministerial.
Contou-nos certa vez uma irmã anciã que estava conversando com um desses presidentes e este lhe falou que um pastor que lhe estava “contrariando” – porque falava a verdade – o destituiu da vice-presidência do campo e o colocou em uma congregação. Um outro, porque foi confrontado com a opinião sincera de um pastor experiente, preferiu dar ouvidos aos promotores dos “movimentos de avivamentos”, ocasionando um grande prejuízo financeiro para alguns irmãos sinceros e para a própria igreja, tendo inclusive transferido aquele pastor, que era um dos vice-presidente, para uma congregação, colocando em seu lugar justamente um dos promotores do “movimento do avivamento” por que era seu parente bem próximo.
PRECISAMOS VOLTAR AO PRINCÍPIO DA PALAVRA PARA QUE A PALAVRA VOLTE A FAZER EFEITO EM NOSSO MEIO.
JESUS TENHA MISERICÓRDIA DOS PASTORES.
Pr. Souza – Ministro do Evangelho
3º Vice Presidente – Assembléia de Deus – Ministério Missão